quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Alíquota de ICMS de remédios da Farmácia Popular pode ser zerada.


A partir do mês de setembro, os medicamentos que combatem a hipertensão, diabetes e asma distribuídos gratuitamente pelo Governo Federal na Farmácia Popular poderão ter as alíquotas incidentes sobre si do ICMS zeradas.

Assim, ocorrerá um barateamento do custo de produção pela indústria farmacêutica e de aquisição pela Administração Pública.

Os Ministérios da Saúde e da Fazenda formalizaram o pedido de eliminação da tributação do ICMS desses remédios ao Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ).

O CONFAZ é um órgão decisório que reúne os secretários estaduais da Fazenda. A função que todos conhecemos está no fato de que toda deliberação de redução do ICMS, concessão de benefícios, entre outros fatores, deverá ser autorizada por esse órgão.

As negociações foram bem avaliadas pelos Estados, sendo 25 Estados e o Distrito Federal concordantes sobre a redução, somente o Estado do Ceará que não se posicionou sobre o assunto, porém deverá ter uma posição definida até a próxima reunião do CONFAZ no dia 13 de setembro.

Antônio Brito, presidente da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) o fim dos impostos estaduais é a ponta do iceberg entre as Indústrias de Remédios e a alta tributação no País, pois a taxa média nacional de tributos nos remédios gira em torno de 35%.

Brito afirma:

"Além dos nossos outros esforços pela redução dos impostos para medicamentos, com o objetivo de aumentar o acesso à saúde no país, vamos pressionar o Ceará para também dar esse passo”.

Manuel dos Anjos Teixeira, secretário do CONFAZ, disse que há pedido de urgência por parte do Ministério da Saúde para o conselho deliberar sobre o tema, que está na pauta digital do CONFAZ.

Liderada pela Interfarma, a Indústria Farmacêutica está retomando uma "briga antiga" pela desoneração tributária dos remédios no País. A tática inclui amparar projetos de lei já em tramitação no Congresso Nacional e o apoio a uma frente parlamentar que assumirá a bandeira do corte de impostos dos remédios.

Os fundamentais clamores giram em torno de um projeto de lei que prevê a eliminação de qualquer tributo sobre medicamentos de uso humano e outro que propõe a redução e padronização da cobrança do ICMS para uma faixa de 7% - a maior parte dos Estados adota alíquota de 17% sobre medicamentos.

O governo federal discute flexibilizar o controle de preços sobre medicamentos isentos de prescrição (Mips). Esses remédios no Brasil têm seus preços regulados pelo governo desde 2000, informou, durante seminário organizado pelo Valor, Ivo Bucaresky, secretário-executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), órgão interministerial, que envolve cinco pastas - Fazenda, Saúde, Desenvolvimento, Casa Civil e Justiça.

Atualmente, cerca de 80% dos medicamentos têm seus preços controlados. Ficam de fora algumas drogas isentas de prescrição, como analgésicos e produtos fitoterápicos. Parte da indústria farmacêutica defende o fim do controle sobre os preços dos medicamentos de outras categorias, como os genéricos, por exemplo.

A Interfarma, que reúne as multinacionais com atuação no Brasil, defende um leque maior de remédios fora desse controle governamental.

As indústrias afirmam que alguns insumos farmacêuticos e medicamentos podem faltar, caso a greve, que completou um mês semana passada, se estenda nas próximas semanas. Entre os produtos já em falta estão os contrastes para realização de exames. 

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